novembro 10, 2009

CONSCIÊNCIA NEGRA















Essas são algumas das princesas do maternal :Júlia, Jéssica e Nágila. Elas adoram brincar com Neneca, que é uma das bonecas negras de nossa brinquedoteca.

CONSCIÊNCIA NEGRA
Como trabalhar essa data na Educação Infantil?

Consciência Negra: o que é isso afinal?Esta data deve servir para pensar, compreender e valorizar a riqueza cultural dos negros no Brasil.
Pela Lei nº10.639 toda instituição de ensino fundamental e médio, pública e particular, deve incluir o assunto Cultura Negra no currículo. No início de seu mandato o presidente Lula aprovou a inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino de história da África nas escolas públicas e particulares do país. Contudo, em muitos lugares, após quatro anos de sua aprovação, a lei é ainda ignorada. Muitas vezes simplesmente por falta de capacitação de professores.As mudanças não estão ocorrendo apenas na parte estrutural, mas também são sentidas na pele por alunos e professores.

Comemora-se no dia 20 de novembro, o “Dia Nacional da Consciência Negra”. Nessa data, em 1695, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares. A escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de maio: “Os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais. Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não existisse”.( Flávio Gomes )

DICAS de atividades para Educação Infantil:
- Roda de histórias que abordem o tema (Ex.: Negrinho do Pastoreio, Menina bonita do laço de fita, lenda Zumbi, o quilombo de Palmares, Menino de todas as cores, etc.);
- Ilustração e reconto pelos alunos das histórias trabalhadas;
- Leitura do texto “Zumbi pensava diferente”;
- Pesquisa em jornais e revistas das palavras: Trabalho, escravo, Brasil, Portugal e África;
- Produção de cartazes valorizando não só o negro, mas a diversidade de raças;
- Formação de painel coletivo com personalidades negras que alcançaram a fama;
- Produção de textos coletivos sobre a cultura negra
- Listagem das contribuições que os primeiros negros que vieram para o Brasil trouxeram para a nossa cultura;
- Apreciação de poesias sobre os negros e sobre a diversidade cultural;
- Observação do mapa mundi para localização do Brasil, África, Portugal;
- Identificação de palavras pesquisadas através de caça-palavras;
- Decomposição de palavras contextualizadas, a partir das histórias trabalhadas, para formação de novas palavras;
- Roda de conserva enfocando a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro;
- Exploração do calendário mensal, ressaltando essa data comemorativa;
- Exploração do calendário anual com observação de datas que marcam a história de negro;
- Rodas de conversa enfocando a irmandade e a igualdade entre os homens;
- Pesquisa de gravuras ou fotos que demonstrem atos fraternos entre brancos e negros e montagem de cartaz;
- Ditado ilustrado e autoditado com o campo temático cultura negra;
- Audição e canto de músicas que contemplem a valorização do negro;
- Exploração de sons afros: tambor, atabaque, berimbau utilizando a bandinha da escola;
- Confecção de chocalhos, atabaque e berimbau;

- Promover brincadeiras com bonecas com características raciais distintas;
- Confecção de fantoches com perfil afro.

Lenda “O Negrinho do Pastoreio”



Nos tempos da escravidão no Brasil, havia um fazendeiro malvado que tinha em sua fazenda escravos negros de várias idades, inclusive crianças.

Num dia frio de inverno o fazendeiro mandou um de seus negrinhos pastorear seus cavalos.
No final do tarde, quando o negrinho voltou com os cavalos, o fazendeiro disse que faltava um cavalo. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no negrinho que ele ficou sangrando.
O fazendeiro mandou o negrinho procurar o cavalo.
O negrinho achou o cavalo, mas ele fugiu de novo.
Ao retornar à fazenda, o negrinho encontrou o fazendeiro ainda mais irritado.
Como castigo o fazendeiro deu outra surra no negrinho e o colocou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro o encontrou ao lado de Nossa Senhora que o levou para o céu.


POESIA:
DIVERSIDADE


UM É MAGRELO
OUTRO É GORDINHO
UM É CASTANHO
OUTRO É RUIVINHO

UM É TRANQUILO
OUTRO É NERVOSO
UM É BIRRENTO
OUTRO DENGOSO
(...)
DE PELE CLARA
DE PELE ESCURA
UM, FALA BRANDA
O OUTRO, DURA
(...)
CADA UM NA SUA
E NÃO FAZ MAL
DI-VER-SI-DA-DE
É QUE É LEGAL
( Tatiana Belinky)


MENINOS DE TODAS AS CORES..


.Era uma vez um menino branco chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia:
É bom ser branco
porque é branco o açúcar, tão doce,
porque é branco o leite, tão saboroso,
porque é branca a neve, tão linda.
Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que, como todos os meninos amarelos, dizia:
É bom ser amarelo
porque é amarelo o Sol
e amarelo o girassolmais a areia da praia.
O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo de um pequeno caçador chamado Lumumba que, como os outros meninos pretos, dizia:
É bom ser preto
como a noite
preto como as azeitonas
preto como as estradas que nos levam paratoda a parte.
O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos.
Escolheu para brincar aos índios um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia:
É bom ser vermelho
da cor das fogueiras
da cor das cerejase da cor do sangue bem encarnado.
O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Babá, que dizia:
É bom ser castanhocomo a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como um chocolate.
Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia:
É bom ser branco como o açúcar
amarelo como o Sol
preto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.
Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores.

Meninos de todas as cores, Luísa Ducla SoaresAventura das LetrasPorto, Porto Editora, 2003.



Menina bonita do laço de fita (Ana Maria Machado)


Era uma vez uma menina linda, linda.Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes.Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva. Do lado da casa dela morava um coelhinho branco.O coelho era apaixonado pela cor da menina, e queria descobrir como ficar negro.No final, o coelho entendeu que cada um tem a cor herdada de seus antepassados. E que para ter uma filha pretinha como a menina teria que casar-se com uma coelha "escura como a noite".


“É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais"


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